sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ISMAC - Instituto Sulmatogrossense para Cegos Florivaldo Vargas

O Instituto Sul Matogrossense para Cegos "Florivaldo Vargas" – ISMAC, é uma Instituição de Utilidade Pública Municipal, Estadual e Federal, que presta atendimento totalmente gratuito ao Deficiente Visual cegos ou com baixa visão.

Seu lema é : "Educação, Assistência e Trabalho".

Desenvolve programas de atendimento focados no processo de habilitação, reabilitação e apoio educacional especializado. Atende crianças, adolescentes, adultos e suas famílias sempre objetivando que a pessoa com deficiência visual desenvolva seu potencial, tendo como consequência a conquista de sua cidadania.

Intervenção Precoce, Ensino do Sistema Braille para crianças e adultos, Centro de Referência em Reabilitação Visual – CRVV-MS, Psicologia, Serviço Social, Orientação e Mobilidade, Atividades da Vida Diária, Educação Física, Núcleo de Produção Braille, Música, Artesanato, Laboratório de Informática, Biblioteca, Audioteca – Projeto “LIVROS QUE FALAM”, Brinquedoteca, Desenvolvimento e Capacitação para o Mercado de Trabalho, Judô, Yoga, Canto Coral, Capoeira e outras práticas desportivas.

A história cinquentenária do Instituto Sul Matogrossense para Cegos Florivaldo Vargas - ISMAC.

A educação das pessoas com deficiência visual tem como marco temporal o ano de 1957, e geográfico a cidade de Campo Grande, atual capital do Estado de Mato Grosso do Sul.

Na década de 1950, O Sr. Florivaldo Vargas, trabalhava como cobrador das mensalidades ofertadas à Associação Linense de Cegos, sediada em Lins, Estado de São Paulo, incumbindo-lhe a região de Campo Grande, na época, próspero município integrante do Estado de Mato Grosso.

Dessa forma, tomou conhecimento que os cegos matogrossenses entregavam-se à mendicância, única forma de conseguirem sobreviver ou eram enclausurados por seus familiares, que tentavam escondê-los da sociedade.

Impulsionado pela solidariedade humana e no desiderato de proporcionar-lhes uma vida condigna, tentou conseguir vagas naquela Instituição paulista, para que pudesse ser assistidos, aprender uma profissão e alfabetizarem-se pelo Sistema Braille. Não logrando êxito no seu objetivo decidiu no ano de 1956, transferir-se com sua família e alguns amigos deficientes visuais como ele, para Campo Grande, acalentando o sonho de fundar nessa cidade uma instituição para o atendimento das pessoas cegas desse Estado.

Assim, aos 28 de janeiro de 1957, reuniram-se na sede da Associação Comercial de Campo Grande, localizada na Rua 15 de Novembro, 390, um grupo de voluntários convidados pelo Sr. Florivaldo Vargas para tratar da organização de uma sociedade de assistência aos cegos de Mato Grosso. Dessa reunião foi extraída uma comissão encarregada da divulgação e propagação da idéia e agendado o próximo encontro.

Dessa forma, em 4 de fevereiro de 1957, com o lema "Assistência, Trabalho e Educação", foi fundado o Instituto Matogrossense Para Cegos (IMC), cuja diretoria provisória ficou constituída pelos seguintes membros: Presidente: Major José Saab; Secretária: Gilca Simões Correa; e Tesoureiro: Cristino Barbosa.

Em 20 de fevereiro do mesmo ano, aprovaram-se os estatutos da referida Instituição e elegeu-se e empossou-se a sua primeira Diretoria: Presidente: Humberto Rossi; Primeira Vice-presidente: Gilca Rocha Simões Correa; Segunda Vice-Presidente: Maria Edwiges Borges; Primeiro Secretário: Maria Garcia Pereira; Segundo Secretário: Avelino dos Reis; Primeiro Tesoureiro: José Nasser; Segundo Tesoureiro: Padre Constantino de Monte; Diretora Social: Oliva Inciso; Junta Técnica: Florivaldo Vargas; Manoel Lino dos Santos; Conselho Fiscal: Major Saab; Dr. Antônio Marques; José Barbosa Rodrigues.

A Instituição instalou-se primeiramente numa sede provisória localizada na Rua 7 de Setembro 456/458, onde residiam pessoas cegas já adultas e seus familiares.

Por conseguinte, dentre os seus objetivos institucionais, o trabalho destas pessoas passou a constituir-se no primordial e imediato desiderato da Instituição. Assim, para o desenvolvimento das atividades laborais foi criado um quadro de vendedores/cobradores cegos, cuja atribuição era vender as mercadorias compradas pelo Instituto, bem como divulgar a Entidade e promover a inscrição de sócios e efetuar a cobrança das mensalidades para a Entidade, recebendo para tanto uma remuneração correspondente a 30% (trinta por cento) do valor arrecadado. Para a facilitação desse trabalho firmou-se parceria com a Empresa Ferroviária Noroeste do Brasil, no sentido da disponibilização de passes livres para que as pessoas cegas e seus guias desenvolvessem o trabalho em todo o estado. Tal parceria foi decisiva para a disseminação de informações sobre a Instituição.

Em 15 de junho de 1958, como a procura por vagas no internato era crescente, iniciou-se a alfabetização dos alunos cegos pelo Sistema Braille, sendo contratado para este magistério o professor José Eurípedes da Silva (com deficiência visual), ofício que desempenhou até abril de 1960.
Em janeiro de 1962, o IMC firmou convênio com a Campanha Nacional de Educação de Cegos, encaminhando para o curso de capacitação no Instituto de Educação Caetano de Campos, São Paulo, SP, a recém formada professora Nazareth Pereira Mendes.

No mês de março de 1963 com a conclusão do curso e o retorno da citada professora a Campo grande, iniciaram-se as ações para a inserção dos alunos com deficiência visual no ensino regular.

Nesse sentido, a abnegada professora de posse de um ofício da Secretaria de Educação do Estado, empreendeu visitação às escolas públicas, na árdua tarefa de convencer os professores, das potencialidades e das possibilidades desses educandos para a aprendizagem no mesmo ambiente escolar, freqüentado pelos demais alunos.

Corajosamente a professora Nazareth Pereira Mendes enfrentou o descrédito, a desconfiança e a negativa do corpo docente de muitas escolas públicas, todavia empunhando a bandeira da Integração das pessoas com deficiência visual no ensino regular, prosseguiu no seu objetivo, culminando com a aceitação deste segmento nas escolas públicas dessa cidade, após sua prévia alfabetização pelo Sistema Braille.

Dessa forma, em 27 de abril de 1963, como parte das comemorações da "Semana da Educação", foi instalada oficialmente no IMC, a sala Braille "Dorina de Golveia Nowill", inicialmente com onze alunos deficientes visuais (crianças, adolescentes e adultos), os quais, nesta solenidade, entoaram canções e outras apresentações artísticas, comovendo os presentes.

Em decorrência disso, em 1964, foi inserido o primeiro aluno cego no sistema comum de ensino, Wilson Fernandes da Silva, no Colégio Joaquim Murtinho, e no ano seguinte no mesmo educandário ingressou Sebastião de Souza e posteriormente, Dercy Hauck , na Escola General Mallan.

Paulatinamente foram chegando à Instituição crianças, adolescentes e adultos advindos do interior e da capital do estado e por vezes até de outros estados e países vizinhos, aumentando consideravelmente os alunos com deficiência visuais internos e também os inseridos no ensino regular, estes e outros que ali não residiam, recebiam o atendimento especializado da professora Nazareth, abnegada e incansável na alfabetização pelo Sistema Braille, nas transcrições dos textos e das provas, na orientação e mobilidade, nas atividades da vida diária, na execução da educação física de forma lúdica, no serviço itinerante, enfim não poupava esforços para que seus alunos se desenvolvessem integralmente.

Além disso, eram eles estimulados por toda a Diretoria, especialmente pelo Sr. Florivaldo Vargas, a dedicar-se aos estudos e a obter um bom desempenho escolar, recebendo premiação aqueles alunos que obtivessem melhores notas na escola comum. Para essa comemoração anual, preparava-se uma solenidade incluída na programação das festividades comemorativas à "Semana dos Cegos" instituída pela lei Municipal n° 51. 045, de 26 de julho de 1961, realizadas no mês de dezembro de cada ano, tendo como ápice o dia 13 de dezembro "Dia Nacional dos Cegos".

Nessas programações estavam incluídos ainda, seminários, palestras, apresentações artísticas e culturais, torneios, jogos de mesa, gincanas, esses últimos com a participação de outros grêmios estudantis dos diversos estabelecimentos escolares da cidade, sob a coordenação do Grêmio estudantil "Kalil Rahe", criado pelos alunos com deficiência visual, em1969.

Saliente-se que nestes eventos a presença das autoridades e da comunidade era constante, favorecendo a integração social e a difusão do trabalho desenvolvido pela Instituição, em todo o estado e no país.

Esse reconhecimento redundou na Lei Municipal n° 901, de 07 de dezembro de 1964, relativa à doação pela Prefeitura Municipal de Campo Grande, de um terreno, localizado na Rua 25 de dezembro, 262, para a construção de sua sede própria.
Com o passar do tempo, o prestígio da Instituição foi se firmando no cenário educacional, mato-grossense, tanto assim que em 1969, ingressaram três alunos com deficiência visual no curso ginasial do
Colégio Estadual Maria Constância de Barros Machado, aumentando sensivelmente os encargos da professora Nazareth, razão pela qual foi contratada para auxiliá-la, Magali Ribeiro Castilhon.

Em face do exitoso aproveitamento escolar dos alunos do IMC, o Sr. Florivaldo Vargas atento às suas necessidades e ao crescimento cultural do segmento, propôs a criação de uma biblioteca com livros impressos na grafia Braille, cuja implementação ocorreu em 1971. Sob a denominação de "Nazareth Pereira Mendes", em homenagem à mestra pioneira do centro-oeste, na alfabetização e integração educacional das pessoas destituídas da visão. Também nesse ano o Decreto-lei Municipal n° 1328 de 06 de dezembro de 1971, instituiu o "Mês Social do Cego", cuja comemoração ainda hoje é preservada.

Gradativamente ampliaram-se os serviços prestados pelo IMC aos educandos com deficiência visual, sempre com a finalidade do seu desenvolvimento integral. Nessa linha, em agosto de1974, foi designado o primeiro professor de Educação Física Silvio Lobo Filho, encarregado inclusive de treinar a equipe que participaria da Primeira Olimpíada Nacional de Deficientes Visuais (ONADV) que se realizou no período de 10 a 13 de outubro daquele ano. Para viabilizar essa participação, uniram-se a diretoria, professores, alunos, o Poder Público e a comunidade. Dessa forma, partiu a delegação composta pelos seguintes membros: Chefe: Florivaldo Vargas; Responsável área esportiva: Sílvio Lobo Filho; Responsável área Cultural: Nazareth Pereira Mendes; Responsável área artística: Doralice Vargas; Tesoureira: Professora Edir Vasconcelos Lobo; Imprensa: Pio Lopes e Camerino Vargas Neto; Equipe: 23 atletas deficientes visuais.

Essa exitosa delegação retornou a Campo Grande com a conquista de quatro troféus, doze medalhas de ouro, quinze de prata e dezessete de bronze, resultado da obtenção do segundo lugar naquele certame.
Em dezembro de 1974, o dedicado aluno do IMC, Amilton Garai da Silva concluiu o Magistério na Escola Normal Joaquim Murtinho e no ano seguinte aprovado no vestibular para a Faculdade de Direito, ingressou nas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMAT), sendo a primeira pessoa com deficiência visual do estado a cursar o nível superior. Seguiu-o Sebastião de Souza aprovado em 1975, para o Curso de Pedagogia, e posteriormente Benedito Sinézio de Arruda para o Curso de Letras da mesma Faculdade.

Nesta trajetória dinâmica, ampliou-se o corpo docente, contratando-se os serviços do professor Amilton Garai da Silva para a alfabetização dos alunos pelo Sistema Braille, atribuindo-se à professora Nazareth, o atendimento daqueles que freqüentavam o ginásio e o segundo grau.

Nessa linha, em julho de 1975, implantou-se o Setor de Locomoção, assumindo como titular Florivaldo Vargas Filho, técnico habilitado pelo Instituto Santa Luzia, sediado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.
Em 13 de dezembro de 1975, inaugurou-se a primeira etapa da atual sede do Instituto, coroando o trabalho de mais de uma década em prol de sua construção.

Consequentemente, em janeiro de 1976, transferiram-se para o novo prédio os setores: administrativo, educacional, serviço social, auditório, biblioteca, sala de canto, cozinha, refeitório, dormitório feminino, permanecendo ainda, na antiga sede o dormitório masculino.

Em julho de 1976, foi contratado pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado, o professor Carlos Ney Silva, para assumir o Setor de Orientação e Mobilidade, função que desempenhou eficientemente por mais de quinze anos, imprimindo agilidade e confiabilidade na locomoção das pessoas cegas.

Decorridos quase vinte e dois anos da fundação do IMC, em 1° de fevereiro de 1978, faleceu Florivaldo Vargas, sucedendo-o, na direção técnica o Sr. Florivaldo Vargas Filho e como vice-diretor: Benedito Sinésio de Arruda.
No período de fevereiro de 1979-1991, assumiu a Direção Técnica o bacharelando de direito e professor Amilton Garai da Silva que juntamente com a estruturação do corpo docente, coordenado pela professora Nazareth, conduziram com brilhantismo os destinos do IMC, transformando-o em instituição modelo em todo o país. Ampliaram-se os atendimentos especializados, como estimulação precoce, aulas de música, trabalhos manuais, oferecendo-se ainda, cursos de capacitação para professores do ensino comum.

Nesse interregno encaminhou-se à assessoria técnica da Secretaria de Educação do Estado, proposta de transformação da Entidade em escola regular de primeiro grau, não sendo, todavia aprovada, visto que a Secretaria de Estado de Educação, entendia que a implantação do serviço na instituição não era viável, pois faltava-lhe estrutura administrativa e organizacional.

Também, em janeiro de 1981, devido à divisão do Estado de Mato grosso (1977) e instalação do estado de Mato Grosso do Sul (1979), alterou-se a denominação social da Entidade para "Instituto Sul Matogrossense para Cegos Florivaldo Vargas" (ISMAC), nome que ainda conserva, em homenagem ao seu idealizador, fundador e diretor.

Pouco a pouco, os educandos com deficiência visual foram galgando os degraus da Universidade e freqüentando os cursos de especialização, e consequentemente tendo acesso ao mercado de trabalho, pela aprovação em concursos públicos federais, estaduais e municipais.

Por outro lado, para aqueles que demonstraram aptidão para determinado ofício, buscou-se capacitá-los em cursos profissionalizantes para o desenvolvimento de atividades no setor privado e público, como massoterapeutas, câmeras-escuras, tele-marketing, telefonistas etc.

Atualmente o ISMAC, oferece atendimento especializado para deficientes visuais inseridos nos Centros de Educação Infantil, escolas municipais, estaduais e particulares (ensino fundamental, médio e EJA) e para acadêmicos das diversas Universidades, abrangendo os seguintes serviços:
Serviço Social, Psicologia, Intervenção Precoce, Brinquedoteca, Habilitação/Reabilitação em Braille, Escrita Cursiva, Atividades da Vida Diária (AVD), Orientação e Mobilidade (OM), Educação Física, Informática, Ensino do Sorobã, Acompanhamento Escolar, Mercado de Trabalho, Núcleo Gráfico Braille, Biblioteca, Audioteca, Artesanato e Música. Além dos atendimentos citados, contamos também com o Centro Interdisciplinar de Atendimento à Pessoa com Baixa Visão de Mato Grosso do Sul - CIA-BV/MS, responsável pela realização de Avaliação Funcional da Visão (AFV) e adaptação de recursos ópticos.

Projeto “Novo Olhar” – Ponto de Cultura :

Originado no processo nº 09/600.407/2009, é a criação do Ponto de Cultura – Programa Mais Cultura com a execução do Projeto “Ponto de Cultura Novo Olhar” que visa atender crianças, adolescentes e adultos com deficiência visual (cegos e baixa visão) e pessoas da comunidade para o exercício da Arte, por meio de cursos nas áreas de dança, música, capoeira e coral.

É um convênio firmado entre a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul- FCMS e o Ministério da Cultura.


Clique Esperança e escolha o ISMAC!

Proteja os sonhos e as vidas de nossas crianças destinando parte de seu imposto de renda devido ao FUNDO MUNICIPAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - FMIA. A pessoa física que faz declaração de imposto de renda pelo modelo completo do imposto e a pessoa jurídica tributária pelo lucro real podem deduzir do imposto de renda, no ano, até 6% no caso de pessoa física e 1% no caso de pessoa jurídica.

Conheça o Clique Esperança.
Acesse: www.cliqueesperanca.org e escolha o ISMAC.



Fonte: www.ismac.com.br

0 comentários:

Postar um comentário

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | coupon codes