Acadêmica morta por degola era testemunha em caso de facção

Por TV Morena

A acadêmica de Direito, Regina Bueno França, 40 anos, consta como testemunha em processo de falsificação de documento, aberto em setembro de 2005. Na ação, entre os réus, está José Cláudio Arantes, o Tio Arantes, considerado um dos líderes de facção criminosa no Estado. Regina e a amiga, a esteticista Cláudia de Araújo Mugnaini, 34 anos, foram encontradas mortas ontem, no Jardim Tijuca. As duas foram degoladas.

Regina é testemunha no processo de favorecimento real, que tramita na 2ª Vara Criminal de Campo Grande. Entre os réus, Marcos Antônio Dias Melon e Marcelo Cláudio Maciel Melchiades, que também fariam parte da facção.

Regina não consta como ré em nenhum processo. Figura como testemunha neste processo e em outro, em que a ré é Cláudia. Conforme este processo, aberto em agosto de 2007, na 3ª Vara Criminal de Campo Grande, a esteticista é apontada como responsável pelo roubo de mostruário de jóias, avaliado em R$ 8 mil.

O nome de Cláudia, com grafias diferentes para Mugnaini, aparece em alguns processos em Campo Grande. A estaticista é testemunha em processo de crime do sistema nacional de armas, de agosto de 2007; no outro, de 2009, é testemunha no caso de tráfico de drogas.

No processo em que consta como ré, Cláudia é acusada de ter mandado roubar o mostruário de jóias de propriedade de Aroipio Leal de Oliveira. Na ação, o relato é que dois homens teriam invadido a casa da vítima e levado as jóias. No dia seguinte, Oliveira foi até a casa de Geraldo de Oliveira, de quem comprava os produtos e soube que Cláudia havia passado pelo local e oferecido jóias que foram reconhecidas pela vítima.

Ao ser interrogada, Cláudia afirmou que recebeu as jóias de outra pessoa, o que não foi confirmado pela pessoa apontada pela esteticista. Durante as investigações, foram identificados Diego e William, que teriam sido contratados por ela para roubar o mostruário. Em agosto, Cláudia teve a prisão decretada. Regina Bueno França é testemunha de Cláudia.

Investigação

Cláudia e Regina foram encontradas mortas, ontem à tarde, na casa da esteticista, na rua Maurício de Nassau, no Jardim Tijuca. Os corpos só foram encontrados porque familiares de Cláudia souberam que ela não foi trabalhar e contrataram um chaveiro para abrir a casa.

Cláudia e Regina foram encontradas, cada uma em um quarto, com as mãos amarradas para trás e pescoços envoltos em fios. Nas paredes, muitas marcas de sangue e uma trilha feita com um calçado com solado semelhante a um tênis. A pia do banheiro também estava cheia de sangue.

Conforme boletim de ocorrência, a esteticista foi vista pela última vez no dia 30, por volta das 20 horas, quando se encontrou com um vizinho, que levou uma calça para ela. O carro de Regina foi encontrado ontem, com as portas abertas, às 8 horas da manhã, na frente da casa da amiga. Os familiares da acadêmica não sabiam que aquela casa era de Cláudia e, por isso, mandaram rebocar o veículo. Os parentes de Regina souberam da morte quando registravam boletim de ocorrência de desaparecimento ontem, às 15 horas.

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