Pastora acusada de aplicar golpe em idosa de 80 anos diz que adquiriu "bens pela oração"

Iolanda de Oliveira Rosa, vítima do golpe (foto ao lado)

“Ela dizia que eu estava com um câncer na garganta e que tinha que desfazer das minhas coisas, pois estavam endemoniadas” desabafa a idosa Iolanda de Oliveira Rosa de 80 anos ao contar que foi vitima de golpe de uma pastora em Campo Grande.

A idosa mora sozinha a cerca de 20 anos, nunca foi casada e nem tem filhos, contou que conheceu a pastora por meio de um vizinho do mesmo apartamento onde mora, no centro da Capital e desde então, se tornaram amigas.

Conforme Iolanda, a pastora a induzia a se desfazer dos objetos e eletroeletrônicos que tinha na casa, como microondas, jogo de panelas dizendo que neles havia uma bomba ou estavam com obras de bruxaria. “Falava que eu corria risco de vida se eu não me livrasse deles”.

As duas mantiveram contato por cerca de sete anos. Em menos de dois a idosa passou a pastora uma procuração concedendo plenos direitos à administração de seus bens, a partir de então começou as mudanças na vida da pastora.

Segundo informações do delegado do 1º DP que investiga o caso Miguel Said, Após a amizade com a idosa, a pastora mudou-se para um bairro nobre da Capital, numa mansão que custa R$ 535 mil, com sistema de câmeras, piscina, churrasqueira e sacada e também efetuou vários empréstimos em nome da idosa. Antes disso a mesma morava de aluguel aos fundos da igreja que fundou há nove anos.

Família
Os irmãos da idosa Idalina de oliveira Rosa e Olegario de Oliveira Rosa estão indignados, mas já desconfiavam da ação da pastora. “Quando percebemos que o telefone estava cortado, condomínio com divida de cerca de R$ 7 mil, identificamos que alguma coisa estava errada”. Diz a irmã.

Segundo Ângelo Rodrigues Oliveira Rosa sobrinho da vitima, a família entrou duas vezes com ação judicial contra a pastora para que fosse cancelada a procuração, uma em 2008 e a outra em 2011, mas todas foram indeferidas por que a idosa defendia a pastora. “Procurávamos nossa irmã, mas ela era rude e não ouvida. Tentamos por varias vezes mostrar que estava sendo enganada, mas ela era cega pela pastora”. Desabafa o irmão.

Em depoimento, segundo delegado, a pastora confirma a situação, mas não considera crime acredita que foi Deus quem proporcionou todos os bens a ela.

A pastora e o marido foram indiciados pelos crimes de estelionato, por praticas de crimes contra o idoso e retenção de documentos. Se condenada, a pena pelos crimes pode chegar ate seis anos.

Por Capital News

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