sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Prédio do antigo albergue de Campo Grande continua abandonado

Por Campo Grande Notícias

Um prédio considerado histórico continua abandonado em Campo Grande, sendo aos poucos, depredado por vândalos, e servindo de abrigo para marginais, usuários de drogas, além de ser usado como ponto de prostituição.

O prédio do antigo Albergue de Campo Grande, localizado na Rua Visconde de Taunay, esquina com a Avenida Afonso Pena, ainda está com o destino incerto, apesar do vereador Edil Albuquerque já ter apresentado em fevereiro deste ano, um perdido de desapropriação da edificação.

Segundo informações da Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal de Campo Grande (CMCG), a Prefeitura ainda não teria se manifestado oficialmente sobre a solicitação do nobre vereador. No entanto, em sucessivas entrevistas, o prefeito Nelson Trad Filho afirmou que iria revitalizar o prédio, transformando em centro cultural e/ou em posto de saúde. Na prática, nada de concreto foi decidido pelo Poder Executivo, sendo que os projetos ainda não saíram do papel.

De acordo com o vereador Edil Albuquerque, o objetivo de desapropriar o imóvel serviria para “forçar” tanto o poder Executivo quanto o Legislativo, a iniciar uma série de estudos, visando, sobretudo, o aproveitamento da edificação.
Os repórteres do Campo Grande Notícias estiveram na tarde desta quinta-feira (28/10), conversando com comerciantes e moradores da região, sendo que a maioria reclamou do abandono do imóvel por parte do poder público municipal.

Vera Lúcia de Almeida, de 24 anos de idade, que trabalha nas proximidades, disse que o antigo albergue está servindo de ponto de encontro para marginais e para moradores de rua. Ela disse que já foi assaltada uma vez por um homem, que após roubá-la, entrou no prédio.

Os moradores de rua ficam na maior parte do tempo na calçada em frente ao prédio do antigo albergue, esperando a doação de alimentos feitos por uma Organização Não-Governamental, e também, por uma Igreja Evangélica.

Repórteres do Campo Grande Notícia estiveram no local, e puderam comprovar o abandono do lugar. Moradores de rua parecem usar a entrada do prédio como banheiro público. O cheiro de urina é muito forte no local, e até mesmo fezes estão espalhadas pelo local.

Também existem garrafas de aguardente, e lixo de toda espécie espalhados na entrada da edificação, e até mesmo, na calçada, fazendo com a edificação tenha um aspecto sujo e imundo.

A equipe de reportagem do Campo Grande Notícia entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG), tendo sido informado que a demora para a desapropriação se deve, por causa do levantamento que os técnicos da Prefeitura estão realizando no lugar, para verificar as reais condições estruturais da edificação, e analisar o tipo de vocação a ser dado ao prédio.

O Albergue de Campo Grande deixou de funcionar há cerca de um ano, e desde então está completamente abandonado. Em outubro de 2009, técnicos da Secretaria de Obras Públicas do Município (SEOP) entregaram um laudo técnico ao prefeito Nelson Trad Filho, recomendando a demolição do prédio, alegando que ele estaria condenado, sem condições para uso, por oferecer riscos estruturais.

O prédio do antigo Albergue pertence legalmente a Prefeitura Municipal de Campo Grande, mas a Associação das Abnegadas de Mato Grosso, que administrou o imóvel, alega que a edificação pertence à entidade. No entanto, pelo abandono do local, é possível constatar que a entidade não está mais administrando, e nem mesmo, realizando a manutenção do prédio.

História do prédio do antigo Albergue de Campo Grande

O terreno onde hoje está situado o prédio do antigo Albergue de Campo Grande, foi doado à Prefeitura em 1947, por Amélio de Carvalho Baís, e também, por Alexandre Kalil Saada, que cederam os lotes nº 6 e 7, da quadra A, da planta aprovada em 14 de novembro de 1946.

Aproximadamente 10 anos depois, ou seja, em 1957, através da Lei nº 512/57, de 15 de março do mesmo ano, o então prefeito da época, Marcílio de Oliveira Lima, decidiu autorizar a construção de um prédio no local, destinado a abrigar o Albergue Noturno do Município, a ser administrado pela Associação das Abnegadas de Mato Grosso, entidade esta, declarada como de utilidade pública, por meio da Lei Municipal nº 494/56, de 14 de novembro de 1956.

O intendente/prefeito da época, Marcílio Lima, sancionou a Lei Municipal nº 567/58, de 19 de julho de 1958, retificando a localização do imóvel, localizado no Bairro Amambaí, passando a constar como Lote nº 188, Quadra 114, tendo como objetivo, o de atender o reordenamento da cidade, que naquela época, estava crescendo.

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