quarta-feira, 27 de abril de 2011

Após mortes, moradores pedem fim do tráfego de veículos pesados no Montevidéu

Moradores do Jardim Montevidéu, em Campo Grande, onde Vinicius Nunes da Cruz Maciel, nove anos, morreu na tarde desta quarta-feira, querem o fim do tráfego de veículos pesados na principal via do bairro, que fica próximo ao macroanel rodoviário, que liga às BRs 163 e 262.

Para eles, a passagem de caminhões e carretas pela avenida Ana Rosa Ocampo é o principal motivo dos constantes acidentes no bairro. Segundo eles, estas colisões resultaram em três mortes no período de 18 meses.

“Tem o macroanel, mas eles [caminhões] cortam caminho por aqui”, diz a dona de casa Irlais da Silva, 50 anos. Por causa do movimento de veículos, ela tem medo que a neta de nove anos seja atropelada e por isso não a deixa ir sozinha à escola nem brincar fora de casa. “Fico muito triste. Minha neta de nove anos só fica em casa”.

Antônio de Jesus, presidente da Associação de Moradores dos bairros Jardim Montevidéu e Taquaral Bosque, conta que já fez vários pedidos à administração municipal para instalação de redutores de velocidade na avenida e também para que seja proibido o tráfego de veículos pesados.

“Como vai passar carreta no meio do bairro? Estou pedindo pelo amor de Deus para que não tenha um próximo”, declara Antônio referindo-se à vítimas. “Antes de ser presidente do bairro, tenho preocupação como pai”.

De braços dados, os moradores fecharam a avenida por poucos minutos em protesto ao não atendimento dos pedidos.

O acidente que resultou na morte de Vinicius foi no cruzamento com a rua Itaimbé, por onde ele trafegava e foi atingido pelo caminhão ao cruzar a avenida.

O menino voltava da borracharia onde tinha ido encher os pneus da bicicleta junto com o amigo Gabriel, 12 anos. A mãe deste, Roseli de Souza, 40 anos, conta que o filho dela alertou Vinicius para parar na esquina e só passar caso não tivesse veículo na outra via.

“Meu filho disse: Quando você chegar na esquina você para, você para. Meu filho parou e ele [Vinícius] passou direto”, diz Roseli, que estava em casa junto com a mãe de Vinícius, Mariazinha Nunes da Cruz, quando Gabriel chegou e contou do acidente.

As duas foram desesperadas para o local e quando viram Vinícius esmagado embaixo do caminhão, Mariazinha entrou em pânico, passou mal e foi levada ao posto de saúde do bairro Nova Bahia.

Vinícius é o segundo filho dela que morre. O pai do menino, Rael Maciel, diz que há cinco anos a filha do casal morreu de lupos. Rael não mora com Mariazinha. Ele estava no serviço quando foi informado do acidente e foi para o local.

A irmã de Vinícius, filha apenas de Rael, não acreditava na tragédia. “Moça, ele morreu mesmo”, questionou à repórter do Campo Grande News. “Como é que o caminhão não vê uma criança?”, pergunta.

A criança foi arrastada e esmagada pelo caminhão conduzido por Genivaldo Ferreira Martins, 30 anos. As vísceras ficaram pelo asfalto.

De acordo com a Polícia Civil, só o laudo pericial irá determinar oficialmente o que aconteceu. O caminhão carregado de areia freou por aproximadamente 35 metros, depois de ter atropelado o garoto.

Por Campo Grande News

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