quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Reparos antigos na Ernesto Geisel ameaçam ceder e preocupam comerciantes

Por Campo Grande News

Marcado por alagamentos em dias de chuva, o trecho da avenida Ernesto Geisel onde há o encontro dos córregos Segredo e Prosa, formando o Rio Anhanduí, tem sido motivo de preocupação para comerciantes. Reparos mal feitos em uma das obras mais antigas da cidade deixam o local vulnerável, segundo o testemunho quem trabalha ou vive no local e convive de perto com os prejuízos provocados pelas chuvas e pela enxurrada.

Dono de um estabelecimento de peças e acessórios para motos bem em frente ao problema, Washington da Silva, 41 anos, lembra que há 4 anos parte da placa de concreto na lateral do córrego desabou, levando com ela um trecho da Ernesto Geisel. Na época, o local ficou completamente interditado, o que segundo ele, representou 50% a menos nas vendas.

“Só os clientes que estavam fidelizados que vinham”, conta Washington, “Ficou interditado por 40 dias”.

Engenheiro avaliou local a pedido de comerciante. Placas de metal colocadas param evitar queda de muros de contenção não adiantam. (Foto: João Garrigó)

O engenheiro Cláudio Anache foi ao local a pedido do comerciante para avaliar os riscos. Ele constatou que no reparo feito há 4 anos não foi dada importância suficiente para as placas ao lado daquela que desabou e que também ameaçavam cair.

“Foi feita uma obra paliativa, onde observei que há outras paredes em condições de cair, onde foram colocadas chapas de ferro para segurá-las, o que não resolverá. Observa-se que o asfalto nas imediações já está em processo de recalque”, avaliou Anache.

Nota-se no local a abertura de um buraco no canteiro entre o córrego e a avenida. A impressão é que a parede está novamente sendo empurrada. Na opinião do engenheiro, a obra feita em gestões passadas já não é suficiente diante das mudanças que o local sofreu.

Erosão já provocou buraco entre muro e canteiro (Foto: João Garrigó)

“Há uma parede de concreto muito fina pela altura e pressão do volume de terra existente. Vejo claramente que há a necessidade de uma galeria de concreto”, avalia.

Um dos sinais observados pelo engenheiro é justamente o alagamento. O asfalto está afundando aos poucos. Quando chove, a água empossa. Washington conta que a enxurrada só não invade a loja dele porque a construção é feita em altura maior que o nível da avenida.

“Se cair outra placa dessas aí haverá perda no comércio. Aqui direto fica criando buraco. Aí eles colocam uma camada de massa asfáltica que não resolve”, diz o comerciante.

Após as chuvas do último fim de semana, outro sinal indicou fragilidade em obras feitas em outros pontos da cidade. Pedras foram trazidas pela correnteza e ficaram depositadas onde os dois córregos se juntam.

A suspeita do comerciante é que tenham vindo pelo Prosa. “Eu fico preocupado em como a Fernando Corrêa da Costa está por baixo com essas erosões”, disse Washington.

Problema novo - Do lado oposto na Ernesto Geisel, o estudante de 15 anos Daniel Lucas Monteiro, que ajuda o pai na borracharia da família, chegou a filmar o transbordamento do rio Anhanduí nas chuvas do fim de semana passado.

“A água começou a fazer ondas. Só não entraram aqui (borracharia) por causa da altura da calçada, que é tipo uma rampa”, conta o garoto que disse ainda nunca ter visto inundações por conta do rio no local.

O Campo Grande News entrou em contato com a Prefeitura por meio da assessoria de imprensa e não obteve retorno a respeito do assunto até o fechamento dessa reportagem.


Fotos: João Garrigó

0 comentários:

Postar um comentário

 
Design by Wordpress Theme | Bloggerized by Free Blogger Templates | coupon codes