sábado, 22 de janeiro de 2011

Enxurrada muda geografia das cidades da Região Serrana do Rio

O Exército mapeou as encostas da Serra Fluminense com a ajuda de um aeromodelo. As fotografias mostram que a chuva mudou a geografia das cidades. O fim de semana ainda é de muito trabalho na região. O número de mortos chegou a 799.

O trabalho pesado dura 11 dias, mas ainda há muita lama e falta água para a limpeza nas casas dos moradores de Nova Friburgo. “Não tem água para lavar nada, pior”, lamenta uma mulher.

Antes do temporal, a dona desta pequena confecção reforçou o estoque de materiais para a fabricação de lingerie, agora, tudo virou lixo. E ela não sabe quando vai retomar a produção.
“Não sei se vou continuar ou não”, lamenta.

O esforço para recuperar as cidades afetadas depende da reconstrução de acessos. O Rio Grande transbordou destruindo casas, carros e pontes. Moradores da cidade de Bom Jardim ficaram isolados. Com a ajuda de voluntários, eles construíram uma ponte de madeira. Agora ela será substituída por uma ponte do Exército, que vai permitir a passagem de carros e caminhões.

O ministro da Saúde visitou os hospitais de campanha e anunciou a chegada de mais vinte ambulâncias com equipes de atendimento de urgência.

“Quem teve na cidade no dia da chuva, no início da tragédia, e vem aqui hoje, começa a ver uma cidade diferente. Mas a reconstrução é lenta. Não podemos tirar o foco neste momento
do resgate das pessoas que estão em situação mais graves”, avalia o ministro Alexandre Padilha.

A dimensão da tragédia exige agora tempo e recursos, como as imagens do Instituto de Engenharia do Exército. Nas áreas de maior risco, o trabalho foi feito com a ajuda de um aeromodelo e mostram que a força da enxurrada mudou a geografia da região.

Onde só havia vegetação, agora a paisagem tem um rio de lama. Em um ponto, parte de uma ponte desapareceu. Os deslizamentos de barreira bloquearam a estrada, em uma zona rural. O rio ficou mais largo. As imagens mostram que muitas casas sumiram do mapa.

A comparação entre o que era antes e como ficou vai ajudar os próximos passos das operações de resgate, da reconstrução das cidades e também vão indicar os locais que podem ou não serem ocupados de novo.

“Não construiríamos casa de novo onde um morro desabou. Essas áreas são áreas que a natureza escolheu para ser o curso alternativo da água. Nós não mandamos na natureza”, defende o major do Instituto Militar do Exército Jacy Montenegro.


Por G1

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