terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ministro da Justiça anuncia que PF garantirá segurança de juízes federais em MS

A Polícia Federal (PF) vai fazer a proteção dos juízes de Mato Grosso do Sul ameaçados de morte pelo policial militar Ales Marques, preso por tráfico internacional de drogas e armas. O anúncio foi feito na noite de ontem (7) pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo após reunião com o diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello, e o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy.

José Eduardo Cardozo afirmou que vai visitar o estado assim que a PF “tomar as providências necessárias” para garantir a segurança dos magistrados.

“Determinamos a Polícia Federal que dê segurança aos magistrados que estão sendo ameaçados. Isso é fundamental, pois os magistrados têm de ter a segurança necessária para exercer as suas funções. Iremos a Mato Grosso do Sul conversar com o corpo de magistrados para dar, dentro das condições que temos, a maior segurança possível”, disse o ministro.

Na última quinta-feira (3), o Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF/MS) ajuizou um pedido de transferência do policial militar para um estabelecimento penal federal de segurança máxima fora Estado. Ales marques atualmente está detido no Presídio Militar de Campo Grande.

Ainda segundo o ministro da Justiça, o pedido de transferência será avaliado com rapidez.

“Vamos providenciar a solicitação, isso deve ser apreciado pela própria magistratura. Mas o que depender do Ministério da Justiça, nós vamos tomar as medidas necessárias para a transferência [do acusado] e proteção dos magistrados”, afirmou.

As investigações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) revelaram que Ales Marques, mesmo preso, arquiteta a morte de juízes federais que atuam nos processos nos quais é acusado de liderar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas. Mesmo sob custódia, ele usa celulares livremente.

A PGR também apurou a existência de um esquema de corrupção envolvendo a chefia da escolta de detentos do Presídio Militar de Campo Grande. O presidente da Ajufe afirmou que vai acionar o governo do estado juntamente com o Ministério da Justiça. “Estamos preocupados, mas por outro lado confortados pela garantia que nos foi dada pelo ministro da Justiça.”

Entenda o caso

Ales Marques foi preso em flagrante em julho de 2010 e teve a prisão preventiva decretada em outubro de 2010, durante a operação Maré Alta. O MPF denunciou 18 pessoas da quadrilha, inclusive a ex-mulher e os filhos do militar, que também estão presos. Foram apreendidos, com a associação criminosa, quase 80 kg de cocaína.

Conforme a denúncia, a quadrilha atuava com foco no abastecimento, em larga escala, a mercados consumidores de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. A cocaína, proveniente do Paraguai, ingressava no Brasil pela fronteira seca entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã. Nesta cidade, a droga era acondicionada em veículos e seguia para o destino.

O acusado responde a duas ações penais, por tráfico e associação para o tráfico transnacional e interestadual de drogas, bem como tráfico internacional de arma de fogo. Os processos correm na Justiça Federal de Ponta Porã.

(Com informações da Agência Brasil)

Por MS Record

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