Na busca de melhores condições de trabalho e salários iguais aos dos homens, um grupo de operárias norte-americanas fizeram uma grande greve em 8 de março de 1.857. A manifestação, violentamente reprimida, causou a morte de cerca de 130 mulheres. Oitenta anos depois, em 1975 a ONU decretou a data oficial como o “Dia das Mulheres”.
De lá para cá muita coisa mudou. Hoje as mulheres estão no mercado de trabalho e exercem funções que antes eram consideradas de homens.
A neuropediatra Maria José Maldonado conta que há 30 anos, quando começava os estudos na faculdade de medicina, o preconceito ainda existia. “Na época poucas mulheres faziam medicina. Na minha sala eram apenas três, no meio de vários homens. Além disso, iniciei os estudos muito jovem, e tive que enfrentar preconceito por ser nova”.
Maldonado explica que o preconceito partia não apenas dos colegas, como dos próprios professores. “Uma vez numa banca de avaliação, um professor me perguntou se eu era uma boa dona de casa. Respondi que mais ou menos, porque estava focada nos estudos. Aí ele me disse: então você não vai ser uma boa profissional”.
A médica conta que apesar do início difícil, hoje conquistou seu espaço. E as dificuldades de começo de carreira são lembradas com bom humor, por uma mulher que soube enfrentar a vida e fazer dela algo melhor.
Inovação de mercado
A empresária Edy Toledo, que atua no ramo da comunicação, conta que teve dificuldade no começo dos negócios não apenas por ser mulher, mas por trazer um produto diferente para o mercado.
Quando começou há 16 anos com serviços de panfletagem, o trabalho não era profissional. “Qualquer um fazia. Não tinha profissionalização”.
Toledo fala que a empresa veio preencher a lacuna existente na área. Hoje faz vários serviços desde a panfletagem, promoção de produtos e até entrega de malas diretas, por exemplo. “Temos vários serviços. Atendemos qualquer ação de comunicação”, diz.
Por outro lado, ela pontua que o fato de ser mulher foi o que realmente alavancou o negócio. “Somos muito lutadoras, não entregamos os pontos”, frisa.
Na política
E foi com luta e trabalho que a vereadora Rose se tornou parlamentar. Professora de formação, ela lembra que não tinha pensado em ser política, mas o projeto social que desenvolvia no bairro Dom Antônio Barbosa cresceu, foi para outros bairros e ai, de tanto falarem que ela tinha jeito, acreditou.
“Me tornei política porque acho que tenho o perfil para servir. É isso que o político deve ter. política não pode ser encarada como profissão”, afirma.
Em 2008, a professora se candidatou e foi a mulher mais votada naquela eleição, 7.536 votos.
Ao contrário do que acontece fora do meio político, Rose diz ser acolhida pelos colegas. “Eu era vereadora de primeiro mandato e tive muito apoio de todos. Na Câmara não tem essas diferenças”, diz.
Apesar de dizer que o preconceito não existe no local, ela sabe que as diferenças são grandes. Prova disso, a vereadora lembra a cota de 30% para as mulheres. “A gente vê a diferença no número de mulheres na Casa”, aponta.
E conclui dizendo que quando não for mais necessário cotas, as mulheres realmente terão conquistado o espaço.
Por Midiamax